Três dicas de manutenção para deixar o seu mergulho mais seguro

Imagem: Predrag Vuckovic - blog: mares.com


3 DICAS DE MANUTENÇÃO PARA DEIXAR O SEU MERGULHO MAIS SEGURO
 
Por: Rogério Menezes
 
Para planejar o mergulho com segurança, e ser bem sucedido no seu plano o mergulhador não pode se furtar a fazer uma escolha de equipamentos bem dimensionada, levando somente o que for necessário, e de acordo com os seus objetivos. Fazer a manutenção constante do equipamento é fundamental para garantir o desempenho e bom funcionamento de todos os itens – desde a máscara até o regulador, tudo precisa de cuidados, limpeza e armazenagem correta.

 De toda a nossa “tralha” talvez um dos mais importantes nesse aspecto sejam os nossos reguladores. O regulador é o responsável por fornecer ar na pressão ambiente com um fluxo adequado para respiração confortável, em qualquer profundidade, e sob a demanda do mergulhador. Entretanto, é importante conhecer o modelo do equipamento para entender os seus propósitos e condições adequadas de uso. Se estiver mal ajustado com funcionamento incorreto ou fora das especificações do fabricante este mecanismo, que é o nosso “pulmão na água”, pode arruinar a diversão e, no limite, levar a situações muito perigosas. Quem já sentiu exaustão durante um mergulho com forte correnteza contrária, água fria e numa profundidade considerável, sabe que esta sensação não é de longe a melhor experiência de se ter embaixo d’água. Uma perda inesperada de gás causada por um vazamento incontrolável pode levar o mergulhador a uma pane total de ar em questão de poucos minutos! 

 
Como todo projeto mecânico as válvulas precisam de reparos e manutenção periódica. Os ajustes da Pressão Intermediária (IP) e do “Crack Effort” são de extrema importância para garantir o funcionamento adequado destes equipamentos. A maioria dos fabricantes recomenda uma inspeção anual ou a cada 100 mergulhos; e uma revisão geral com limpeza e troca de peças originais a cada dois anos ou 200 mergulhos. Estes prazos podem variar de acordo com o tipo de uso, marca e modelo, mas atestam o funcionamento correto e a segurança do mergulhador. Na inspeção anual, pequenos sinais de desgaste ou falha de componentes podem ser detectados e o laudo técnico deve indicar se o equipamento está em condições de uso. Caso contrário recomenda-se o reparo e a recomposição dos ajustes, ou até mesmo uma revisão geral antecipada pode ser necessária.       
 
Em segundo lugar, mas não menos importantes são os cuidados com o colete equilibrador. O colete ou BC é um equipamento fundamental em vários aspectos, não somente para manter o controle de flutuabilidade neutra no fundo, mas também para segurança do mergulhador na superfície ou durante a subida e fase de descompressão. O comando inflador é um mecanismo que precisa de cuidados como o regulador. Uma revisão geral com a limpeza e troca de peças originais pode ser necessária para se evitar o “enrosco” ou travamento do botão inflador, o que causaria uma subida descontrolada e muito arriscada. Outros itens como as válvulas de purga e descarga rápida também devem ser inspecionadas para garantir o bom funcionamento e a capacidade de fornecer “lift” para todo o conjunto. No caso dos modelos equipados com bolso de lastro integrado a inspeção deste componente é muito importante, pois precisa estar em perfeitas condições de uso. 

Em terceiro, mas não necessariamente nesta ordem, não se pode deixar de verificar as vedações e baterias de dispositivos eletrônicos como lanternas e computadores. Estes equipamentos devem sempre estar em plena carga – nos casos de baterias recarregáveis; ou com pilhas e baterias novas para garantir o bom funcionamento dos circuitos. Os computadores, itens atualmente indispensáveis para o controle do planejamento e segurança do mergulho, devem ser periodicamente avaliados neste quesito. Uma boa prática é observar com atenção as informações do mostrador durante os testes de inicialização que os próprios dispositivos executam quando são acionados. Os indicadores de carga são também facilmente reconhecidos nas telas próprias de cada modelo, e, caso se verifique o sinal de bateria fraca, a sua troca imediata ou recarga deve ser providenciada. Verifique no manual do fabricante o tipo correto de bateria e os procedimentos para troca. Alguns modelos disponíveis no mercado oferecem a substituição da bateria pelo próprio usuário, porém recomenda-se que isto seja feito com muito cuidado e atenção conforme as especificações técnicas para evitar falhas, perda de dados, ou até mesmo possíveis e indesejáveis alagamentos.  

Créditos:
Artigo originalmente publicado na Revista Deco Stop
Rogério Menezes é instrutor de mergulho técnico, especialista em manutenção de equipamentos e responsável pelo Mares Lab no Brasil.
Imagens: Gilson Galvão e Mares Lab

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